*Marisa Antunes Laureano
Filmes ruins não deveriam ter continuidade, mas parece que até o fim do governo Yeda teremos muitas continuações e tristes representações da nossa realidade. O governo não desiste de encaminhar seus projetos de interesse próprio, e do Banco Mundial, contra o trabalhador gaúcho.
A Secretária de Educação Mariza Abreu afirmou em entrevista coletiva que agora a autonomia das Escolas “está em como ensinar e não o que ensinar”. A SEC contratou “especialista” para determinar aos professores o que eles devem ensinar. Não podemos mais nos reunir com nossos pares nas escolas para organizar o currículo, pois este já virá pronto. Atos como esse caracterizam, mais uma vez, o perfil ditatorial deste governo. Até quando teremos de suportar tantos desmandos e autoritarismo? O pior é que gastam milhões com empresas privadas para realizar um trabalho que os professores gaúchos sempre fizeram com qualidade, ao contrário do que apregoa a Secretária de Educação.
Os estudantes de escolas públicas do Rio Grande do Sul estão na frente em índices sérios de avaliações. Não saem melhor, pelos velhos problemas de uma escola pública que não oferece os recursos necessários ao bom aprendizado do educando. Salienta-se que somente os professores que enfrentam diariamente os problemas das escolas públicas podem opinar. Não é uma empresa privada, de Minas Gerais ou São Paulo, que pode vir aqui nos dizer o que está errado. Nós sabemos o que acontece, a culpa que a Secretária de Educação Mariza Abreu diz ser dos professores sempre foi do sistema, que é incapaz de valorizar educando e educador. O dinheiro público agora vai parar nos bolsos de Fundações e Instituições que se dizem preocupadas com a Educação, mas visam unicamente o lucro. Realizam provas externas cobrando milhões, dão consultoria por outros tantos milhões, gravam DVDs e lucram, lucram muito. Tanto dinheiro que poderia servir para melhorar a vida de todos os professores e não só dos que supostamente serão melhores pelo critério obscuro de avaliação da secretaria de Educação.
Devemos perceber que as regiões do mundo, onde estas medidas já foram tomadas, viram vários setores, que eram de responsabilidades da escola, ser transferidos para Instituições privadas que recebem pagamentos altíssimos para realizar trabalhos que as escolas sempre fizeram. Em nada isso melhorou a situação dos alunos, pelo contrário. A desvalorização do professor, que passou a ser um mero reprodutor de conceitos que não são organizados por seu coletivo, transformou-os em profissionais sem perspectivas. O papel do educador, que outrora fora considerado uma vocação, não mais existe. Nas referidas regiões, essa realidade fez piorar a relação ensino-aprendizagem, desestimulou os profissionais, não garantiu o aprendizado dos alunos, pois o que vinha pronto não interessava a eles e, consequentemente, freava a sua vontade de aprender.
Currículos feitos em gabinetes nada têm a ver com a realidade das escolas e ferem o principio básico da educação que é a participação do educando na construção do seu próprio conhecimento. Estas experiências transformaram a Educação Pública em uma fonte de lucro para empresas privadas, além da referida desvalorização dos professores, acabaram com o interesse dos jovens em cursar licenciaturas, elitizaram as escolas centrais (que recebem mais recursos e atenção), sucatearam as escolas de periferia (que viraram depósitos de alunos), causaram uma debandada de profissionais da educação para outras atividades (o sonho de ser professor acabou) e aumentaram a violência nas escolas (principalmente contra o professor). Todos estes dados podem ser comprovados pelos estudos feitos em países como o Chile, México, Portugal, EUA, entre outros. E agora no Brasil começando pelos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Como em todas as ditaduras estamos impotentes no momento, mas como já dizia o poeta Chico Buarque “Amanhã vai ser outro dia...” Terá de ser ou...
*Professora de História, Mestre em História e
Especialista em Ensino de História da África
Filmes ruins não deveriam ter continuidade, mas parece que até o fim do governo Yeda teremos muitas continuações e tristes representações da nossa realidade. O governo não desiste de encaminhar seus projetos de interesse próprio, e do Banco Mundial, contra o trabalhador gaúcho.
A Secretária de Educação Mariza Abreu afirmou em entrevista coletiva que agora a autonomia das Escolas “está em como ensinar e não o que ensinar”. A SEC contratou “especialista” para determinar aos professores o que eles devem ensinar. Não podemos mais nos reunir com nossos pares nas escolas para organizar o currículo, pois este já virá pronto. Atos como esse caracterizam, mais uma vez, o perfil ditatorial deste governo. Até quando teremos de suportar tantos desmandos e autoritarismo? O pior é que gastam milhões com empresas privadas para realizar um trabalho que os professores gaúchos sempre fizeram com qualidade, ao contrário do que apregoa a Secretária de Educação.
Os estudantes de escolas públicas do Rio Grande do Sul estão na frente em índices sérios de avaliações. Não saem melhor, pelos velhos problemas de uma escola pública que não oferece os recursos necessários ao bom aprendizado do educando. Salienta-se que somente os professores que enfrentam diariamente os problemas das escolas públicas podem opinar. Não é uma empresa privada, de Minas Gerais ou São Paulo, que pode vir aqui nos dizer o que está errado. Nós sabemos o que acontece, a culpa que a Secretária de Educação Mariza Abreu diz ser dos professores sempre foi do sistema, que é incapaz de valorizar educando e educador. O dinheiro público agora vai parar nos bolsos de Fundações e Instituições que se dizem preocupadas com a Educação, mas visam unicamente o lucro. Realizam provas externas cobrando milhões, dão consultoria por outros tantos milhões, gravam DVDs e lucram, lucram muito. Tanto dinheiro que poderia servir para melhorar a vida de todos os professores e não só dos que supostamente serão melhores pelo critério obscuro de avaliação da secretaria de Educação.
Devemos perceber que as regiões do mundo, onde estas medidas já foram tomadas, viram vários setores, que eram de responsabilidades da escola, ser transferidos para Instituições privadas que recebem pagamentos altíssimos para realizar trabalhos que as escolas sempre fizeram. Em nada isso melhorou a situação dos alunos, pelo contrário. A desvalorização do professor, que passou a ser um mero reprodutor de conceitos que não são organizados por seu coletivo, transformou-os em profissionais sem perspectivas. O papel do educador, que outrora fora considerado uma vocação, não mais existe. Nas referidas regiões, essa realidade fez piorar a relação ensino-aprendizagem, desestimulou os profissionais, não garantiu o aprendizado dos alunos, pois o que vinha pronto não interessava a eles e, consequentemente, freava a sua vontade de aprender.
Currículos feitos em gabinetes nada têm a ver com a realidade das escolas e ferem o principio básico da educação que é a participação do educando na construção do seu próprio conhecimento. Estas experiências transformaram a Educação Pública em uma fonte de lucro para empresas privadas, além da referida desvalorização dos professores, acabaram com o interesse dos jovens em cursar licenciaturas, elitizaram as escolas centrais (que recebem mais recursos e atenção), sucatearam as escolas de periferia (que viraram depósitos de alunos), causaram uma debandada de profissionais da educação para outras atividades (o sonho de ser professor acabou) e aumentaram a violência nas escolas (principalmente contra o professor). Todos estes dados podem ser comprovados pelos estudos feitos em países como o Chile, México, Portugal, EUA, entre outros. E agora no Brasil começando pelos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Como em todas as ditaduras estamos impotentes no momento, mas como já dizia o poeta Chico Buarque “Amanhã vai ser outro dia...” Terá de ser ou...
*Professora de História, Mestre em História e
Especialista em Ensino de História da África
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