No fundo do mar a areia, remexida com o movimento das águas, vem a tona e torna mais belo o movimento das ondas...
Traz um colorido especial e uma forma nova àquela vaga que se arrebenta na praia e que volta para o oceano levando com ela outras areias, conchinhas, coisas que estavam depositadas nas margens...
A cultura humana é uma vaga... uma onda que vai e vem dentro do mar da consciência e dos coletivos sociais... sempre novo, sempre em movimento... sempre trazendo coisas e levando outras pro fundo... trazendo areias coloridas e envolvendo as margens das praias das humanidades...
O mar não existiria sem ondas... o homem não existiria sem cultura...
Somos o mar das culturas... diferentes sempre... umas mais densas, outras mais tranquilas...umas discretas, outras eloquentes...
as culturas variam... e fazem o movimento dentro das sociedades...
Tentar entender as culturas humanas como algo em movimento, mas sempre diverso é o desafio atual da ciência antropológica...
As ideias que Latour lança quando diz que nossa suposta modernidade nunca existiu de fato... e que somos mesmo conservadores de nossos valores tradicionais....
Nossa suposta ciência nada mais é do que uma forma de explicar nosso mundo... uma das vagas que avança na praia da nossa cultura... misturando coisas...que insistimos em separar...em fragmentar.
Esse foi o problema da modernidade; tentamos separar as coisas que as ondas da cultura trazem.. e coloca-las nas nossas caixinhas...
Hoje, percebemos que as caixinhas se quebram e as coisas voltam a se misturar, como a areia da praia com as ondas no mar... tudo junto... tudo formando uma coisa só...
A cultura.
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