Um lugar para libertar ideias, um lugar para organizar a mente, um lugar para discutir a feiura do mundo e encontrar os respingos de um arco iris...
terça-feira, 30 de junho de 2009
Índios de Rondônia viajam à Europa para conhecer acervo recolhido em suas aldeias
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Arqueologia e povos indígenas: a construção de um diálogo sobre paisagem e manejo ambiental.
E lá vamos nós, arqueólogos, recolher, catalogar, limpar, guardar os caquinhos como se fossem um tesouro.
Mas, e o lugar onde estavam os objetos? Como recolher, lavar e guardar? Não há como e também, poucas vezes pensamos muito nisso, que esse lugar pode ter sido um objeto da cultura material de uma sociedade que hoje não está mais ali. E esse mesmo lugar, pode hoje ser parte da cultura material de outra sociedade – a lavoura do colono, por exemplo, a casa construída sob um antigo cemitério indígena....
Então as pessoas fabricam “lugares” como fabricam potes de cerâmica, ou facas de pedra, ou potes de plástico e enxadas? Sim, há uma finalidade social para a criação de uma roça e de uma lavoura, assim como a escolha do lugar onde se constituirá a casa e se fará um jardim.
São “objetos” humanos, nós construímos isso, uma paisagem passa a ser uma paisagem quando lhe designamos tal categoria, então esse lugar passa a ter significado para nós, humanos.
E isso se dá com todas as sociedades humanas, é o que chamamos patrimônio na linguagem ocidental e assim acrescentamos nomes, valores e designações sociais à natureza que passa a ser uma paisagem, um lugar...
O trabalho etnográfico junto aos Guarani tem se apresentado muito rico nesse sentido, já que a construção de “lugares”, de terra de mbyá – mbya retã – é recorrente entre nossos diálogos e pude perceber como a mão humana é freqüente na expansão de espécies de flora e fauna dentro da mata atlântica.
Os índios estão recuperando áreas, que se encontram esgotadas por causa do cultivo do eucalipto, com o replantio de nativas. E essas espécies são trazidas, muitas vezes, de longe para o território. Visitas de parentes, que vêm de outros estados e até de outros países, sempre são formas de que algumas espécies sejam remanejadas. As trocas de sementes de milho, mudas de fumo e outras espécies cultiváveis são recorrentes, mas há também a busca de espécies da flora nativa da mata atlântica, que são buscadas nos lugares onde se encontram pra repovoar os lugares de onde foram retiradas.
Essas práticas podem ser vistas como tradicionais entre esses povos, e nossa imaginação nos leva a pensar que no passado tais práticas também devam ter sido corriqueiras. Portanto os ecossistemas diversificados devem muito a ação antrópica, já que o homem faz parte da natureza, assim como os demais animais.
Essa necessidade de ter um lugar ideal, escolhido pelo grupo social, fica evidente quando se vai procurar entender a forma de deslocamentos exercidas pelos Guarani. Porque eles não ficam nas reservas estipuladas pelo governo ou estão devidamente inseridos nas povoações das cidades ou nas povoações coloniais no interior, já que são agricultores? E quais os critérios que buscam para as demarcações de terras atualmente?
Há o que eles chamam “lugar para criar família”, que é uma terra cultivável, com mata e águas limpas. Por isso, quando conseguem um “lugar” vão logo transformando a paisagem em mbyá retã, plantando espécies que são importantes para eles e fazendo clareiras para roças com seus milhos coloridos.
É claro que os indígenas de hoje são modernos. Não podemos esperar que tenham se mantido intactos, iguais aos seus antepassados, mas a lógica da tekoá, do lugar pra roça, da beleza da mata para a saúde do Guarani, se mantém, mesmo que somente no imaginário social, e estes sempre tentam recuperar esse lugar ideal.
Claro que essa terra sonhada, nem sempre condiz com as áreas que ocupam, porque as terras que são designadas para índios atualmente são áreas íngremes, pedregosas, que não servem para o cultivo e necessitam recuperação ambiental, em muitos casos.
Há muitas situações em que encontramos vestígios arqueológicos nas proximidades das aldeias, mas estes não são os principais fatores da escolha atual do lugar, mas é claro que sua identificação nos faz pensar no que é e no que era a definição de ”lugar” ideal para as sociedades atuais e antigas.
E como lidar com essa noção de patrimônio indígena, já que a nossa muitas vezes diverge da deles, e aí temos um impasse, principalmente quando se trata de áreas de conservação ambiental.
Os Guarani associam a boa saúde da terra à sua própria saúde. A utilização de várias espécies vegetais como remédios e como ervas para os rituais religiosos é recorrente e necessita da mata, porque nem todas as espécies são cultiváveis perto da casa, por diferentes motivos: pode ser tabu ou porque realmente não se dão bem no ambiente do terreno aberto do pátio, ou junto das roças. Então o território de domínio envolve a mata e seu manejo é necessário e auto - sustentável, porque não há interesse dos índios na sua destruição, muito pelo contrario.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Senado Nacional... só explodindo!!!
Pelo menos 250 nomeações para cargos de confiança no Senado foram feitas por meio de atos secretos, revela levantamento da Folha na base de dados divulgada ontem pela comissão de servidores da Casa que investiga o caso.Foi a principal serventia dos boletins não publicados, que também serviram em menor escala para esconder decisões administrativas, aumento de benefícios, exonerações e mudanças de cargos.Em 30 de junho de 2006, por meio de um ato secreto, Marcelo Zoghbi, filho do diretor afastado de Recursos Humanos do Senado, João Carlos Zoghbi, foi remanejado para o gabinete do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), onde ocupou o cargo de assessor técnico.Pai e filho foram indiciados pela Polícia Legislativa por usarem uma empresa em nome de laranjas para intermediar empréstimos consignados a servidores do Senado.Tão logo foi procurado pela Folha, Demóstenes se dirigiu ao plenário do Senado para se explicar. Disse que nomeou Marcelo a pedido do então senador Edison Lobão (PMDB-MA), de quem é amigo.Questionado se o favor não contradiz o seu discurso crítico, respondeu: "Seria, se ele fosse um funcionário-fantasma, mas ele trabalhava", disse.A mulher do ex-diretor de Recursos Humanos, Denise Zoghbi, e outros dois filhos, João Carlos Zoghbi Júnior e Luis Fernando Zoghbi, também ganharam cargos de confiança por meio dos atos.De 2005 a 2007, período em que o Senado foi presidido por Renan Calheiros (PMDB-AL), foram nomeadas 98 pessoas de forma sigilosa. Políticos aliados dele estão entres os nomeados no período, entre eles a presidente da Câmara de Murici (AL), Marlene Galdino dos Santos e Santos. Renan Calheiros Filho é o prefeito da cidade.Em 2008, entre as nomeações secretas está a de Rafael de Almeida Neves Júnior, filho do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).Cinco anos antes, por meio dos atos, foram nomeadas quatro pessoas no gabinete do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). No mesmo dia, três funcionários de Zambiasi foram nomeados para a quarta-secretaria. Via assessoria, o senador informou que a responsabilidade pela não publicação dos atos é da administração do Senado.A nora do senador Efraim Morais (DEM-PB) foi exonerada por meio de ato secreto do cargo de assistente parlamentar da primeira-secretaria do Senado em 14 de janeiro passado. Até fevereiro, Efraim era o primeiro-secretário da Casa.Por determinação do Supremo, parlamentares tiveram que demitir parentes até o fim de outubro passado. Flávia Carolina Braz Rocha se casou com o deputado Efraim Filho (DEM-PB) no dia 5 de dezembro de 2008. Com isso, ela permaneceu no cargo no Senado irregularmente por 39 dias.Conforme o gabinete do senador, a exoneração deveria ter saído em dezembro, mas, por um erro, o documento não foi encaminhado para a publicação no boletim administrativo. O gabinete informou desconhecer que o ato seja secreto.Os atos também prestaram-se a reajustar pelo menos três vezes o valor do auxílio-alimentação pago aos servidores. Serviram para compor comissões que estudaram mudanças nas regras das licitações do Senado, a realização de sindicâncias e emendas ao Orçamento do governo federal.
MEUS LIVROS!!! Da bagunça... a estante... da estante...a tese....
terça-feira, 23 de junho de 2009
Artigo da Veja, de 14 de Maio de 1986.
Até semana passada sabia-se que a filha do Presidente José Sarney, Roseana Sarney Murad, era uma assessora do Senado Federal, contratada temporariamente, com prazo delimitado para deixar a função. Na última sexta-feira, porém, descobriu-se que Roseana, na verdade, pertence ao quadro dos funcionários permanentes da Casa, mesmo sem ter prestado nenhum concurso público, como exige a lei. Seu nome figura em um almanaque de funcionários do Senado, publicado apenas recentemente, ao lado de outros 59 'assessores técnicos', efetivados como empregados da Casa, desde janeiro do ano passado, com salários em média, de 25 000 cruzados. Na cidade de Praia, no Cabo Verde, onde acompanhava o presidente Sarney (veja reportagem à pag. 28), o marido de Roseana e secretário particular da Presidência, Jorge Murad, reagiu com espanto à denúncia, publicada pelo jornal Folha de São Paulo. "Nem mesmo a Roseana sabe disso", afirmou Murad.
O "trem da alegria" no qual a filha de Sarney foi embarcada, passou pelo Senado no dia 14 de janeiro de 1985. Às vésperas da reunião do Colégio Eleitoral, que escolheu Tancredo Neves para a Presidência da República, o então presidente do Senado, Moacyr Dalla, do PDS do Espírito Santo, resolveu agradar vários dos seus colegas e criou, sem concurso, 60 novas vagas, preenchidas muito mais por critérios genealógicos do que curriculares. Além de Rosena, que servia como assessora de Sarney desde 1980, foram efetivados Antônio Candido Lima Furlan, filho do senador Amaral Furlan, do PDS paulista; Magna Lúcia Gadelha, mulher do senador Marcondes Gadelha, do PFL da Paraíba; Murilo Canellas, irmão do senador Benedito Canellas, do PFL de Mato Grosso; Maria do Céu Jurema Garrido, filha do senador Aderbal Jurema, do PFL de Pernambuco; Neila Yara Michiles, filha da senadora Eunice Michiles, do PFL amazonense; e João Agripino Vasconcelos Maia, primo de José Agripino Maia, governador do Rio Grande do Norte; entre outros.
O mais interessante da história é que o ato de nomeação desses funcionários, ao contrário do que determina a legislação, não foi divulgado na época em nenhuma publicação oficial do Senado. O fato só veio a público este ano, com a publicação do almanaque de funcionários da Casa. "Tudo foi feito dentro da legalidade", afirma o senador Raimundo Parente, do PDS do Amazonas, cujo filho, Celso Parente, também entrou no Senado num trem da alegria, manobrado por Jarbas Passarinho, quando presidia a Casa.
"Essas nomeações são uma tradição do Senado", complementa Milton Cabral, senador pelo PFL paraibano. A tradição é simples: o senador chega à Casa com oito anos de mandato e filhos, noras ou genros, com uma vida pela frente. Emprega alguns deles como assessores e explica que se não pode confiar nos parentes não poderá confiar em mais ninguém. O tempo passa, e com a proximidade do fim do mandato, o Senado efetiva os interinos, tornando vitalícia as nomeações. Assim, se o senador em oito anos não consegue marcar os anais, seus parentes ficam na Casa marcando a folha de pagamento. Tramita atualmente entre os parlamentares, com aval da Comissão de Constituição e Justiça, uma resolução que, se aprovada, efetivará pelo menos mais 200 secretários particulares sem concurso. Envolvido nesse novo trem da alegria que se monta no Senado, o seu presidente, José Fragelli, acabou arrumando uma desculpa de última hora quando perguntado sobre o 'trem' do ano passado. "Eu não poderia brigar com a filha do Presidente da República", explica Fragelli. No dia em que Roseana foi nomeada, porém, seu pai era apenas o candidato a vice.
Só pra registrar que a 'putaria' é antiga no Congresso Nacional...
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Caminhos e encantos no ensino de história
domingo, 21 de junho de 2009
Campanha Troque 01 parlamentar por 344 professores
Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00. Isso mesmo! E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que, com um salário assim, a rede de ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar?
Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, atualmente a regra é essa: O professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro! Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano. São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545.
Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha, Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo, 688 professores com curso superior !Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será: "TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES". COMO VOCE VAI VOTAR DEPOIS DE LER ESTA MATÉRIA??REPASSEM, EU JÁ ADERI À CAMPANHA!
sábado, 20 de junho de 2009
Francamente Excelência!!!!
(Na última terça-feira Sarney afirmara categoricamente que não recebia auxílio-moradia. Pelo visto, a memória voltou subitamente. )
O que dizer de um cidadão brasileiro que, checando sua conta bancária, encontra depósitos mensais de mais de R$ 3.000,00 e não tem a curiosidade de conhecer a identidade desse benfeitor anônimo que todo mês pinga um "capilé" em sua conta?
Sarney é um fofo!E dizer que uma pessoa assim foi presidente da República por cinco longos anos!
José Sarney não é um iniciante na política. Bem ao contrário. Deputado federal em 1958 (há 51 anos!), governador em 1965 (com uma ajudinha do recém-criado SNI), senador, presidente da República, três vezes presidente do Senado. Sarney já foi tudo neste país.Criou uma dinastia. Tem a filha e o filho na política.
Será que Sarney não sabe o que é certo e o que é errado? O que pode ser legalmente aceitável mas é eticamente inaceitável? Ou sabe e não se importa?
Um senador da República, presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, que tem residência em Brasília e tem ainda ao seu dispor a residência oficial do Senado, não lê seu contracheque ou não sabe que auxílio-moradia não se aplica?!
Desde a terceira eleição de Sarney para presidente do Senado, em 2009, os cidadãos brasileiros já tomaram conhecimento de que ele requisitou seguranças do Senado para fazer a segurança de sua residência em São Luís (MA), embora ele seja senador pelo Amapá.
Os cidadãos brasileiros também tomaram conhecimento de que, das 181 diretorias descobertas no Senado, pelo menos 50 foram criadas por José Sarney.
Os cidadãos brasileiros tomaram conhecimento, ainda, de que uma assessora para as campanhas de Sarney e da famiglia Sarney era também, nas horas vagas, diretora do Senado.Flagrado, Sarney afastou a diretora... E a nomeou como assessora especial.
O que será que o senador Sarney pensa de nós, eleitores? Que somos um bando de bobos. Que aceitamos qualquer coisa. Francamente, Excelência. Isto é inadmissível.
O melhor a fazer é renunciar à presidência do Senado. Além de devolver o dinheiro público, naturalmente.
Reflexões sobre pessoas e coisas...
sexta-feira, 12 de junho de 2009
As areias culturais também vem do fundo!!
Como é bela a vida no campo....
quarta-feira, 10 de junho de 2009
E por falar em educação....
Sob o domínio do Mal
Filmes ruins não deveriam ter continuidade, mas parece que até o fim do governo Yeda teremos muitas continuações e tristes representações da nossa realidade. O governo não desiste de encaminhar seus projetos de interesse próprio, e do Banco Mundial, contra o trabalhador gaúcho.
A Secretária de Educação Mariza Abreu afirmou em entrevista coletiva que agora a autonomia das Escolas “está em como ensinar e não o que ensinar”. A SEC contratou “especialista” para determinar aos professores o que eles devem ensinar. Não podemos mais nos reunir com nossos pares nas escolas para organizar o currículo, pois este já virá pronto. Atos como esse caracterizam, mais uma vez, o perfil ditatorial deste governo. Até quando teremos de suportar tantos desmandos e autoritarismo? O pior é que gastam milhões com empresas privadas para realizar um trabalho que os professores gaúchos sempre fizeram com qualidade, ao contrário do que apregoa a Secretária de Educação.
Os estudantes de escolas públicas do Rio Grande do Sul estão na frente em índices sérios de avaliações. Não saem melhor, pelos velhos problemas de uma escola pública que não oferece os recursos necessários ao bom aprendizado do educando. Salienta-se que somente os professores que enfrentam diariamente os problemas das escolas públicas podem opinar. Não é uma empresa privada, de Minas Gerais ou São Paulo, que pode vir aqui nos dizer o que está errado. Nós sabemos o que acontece, a culpa que a Secretária de Educação Mariza Abreu diz ser dos professores sempre foi do sistema, que é incapaz de valorizar educando e educador. O dinheiro público agora vai parar nos bolsos de Fundações e Instituições que se dizem preocupadas com a Educação, mas visam unicamente o lucro. Realizam provas externas cobrando milhões, dão consultoria por outros tantos milhões, gravam DVDs e lucram, lucram muito. Tanto dinheiro que poderia servir para melhorar a vida de todos os professores e não só dos que supostamente serão melhores pelo critério obscuro de avaliação da secretaria de Educação.
Devemos perceber que as regiões do mundo, onde estas medidas já foram tomadas, viram vários setores, que eram de responsabilidades da escola, ser transferidos para Instituições privadas que recebem pagamentos altíssimos para realizar trabalhos que as escolas sempre fizeram. Em nada isso melhorou a situação dos alunos, pelo contrário. A desvalorização do professor, que passou a ser um mero reprodutor de conceitos que não são organizados por seu coletivo, transformou-os em profissionais sem perspectivas. O papel do educador, que outrora fora considerado uma vocação, não mais existe. Nas referidas regiões, essa realidade fez piorar a relação ensino-aprendizagem, desestimulou os profissionais, não garantiu o aprendizado dos alunos, pois o que vinha pronto não interessava a eles e, consequentemente, freava a sua vontade de aprender.
Currículos feitos em gabinetes nada têm a ver com a realidade das escolas e ferem o principio básico da educação que é a participação do educando na construção do seu próprio conhecimento. Estas experiências transformaram a Educação Pública em uma fonte de lucro para empresas privadas, além da referida desvalorização dos professores, acabaram com o interesse dos jovens em cursar licenciaturas, elitizaram as escolas centrais (que recebem mais recursos e atenção), sucatearam as escolas de periferia (que viraram depósitos de alunos), causaram uma debandada de profissionais da educação para outras atividades (o sonho de ser professor acabou) e aumentaram a violência nas escolas (principalmente contra o professor). Todos estes dados podem ser comprovados pelos estudos feitos em países como o Chile, México, Portugal, EUA, entre outros. E agora no Brasil começando pelos Estados de Minas Gerais e São Paulo.
Como em todas as ditaduras estamos impotentes no momento, mas como já dizia o poeta Chico Buarque “Amanhã vai ser outro dia...” Terá de ser ou...
*Professora de História, Mestre em História e
Especialista em Ensino de História da África
(Dis)sabores sanguinolentos ou vampirismo acadêmico
terça-feira, 9 de junho de 2009
Paciência... uma palavrinha que vem da paz!
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Confesiones de un soldado israelí: "Tratamos a los palestinos como animales"
Se acerca la hora del regreso a Gaza. Apuro las últimas entrevistas en Jerusalén. En un café de Jaffa Road, me encuentro con Yehuda Shaul, fundador de la ONG Breaking the Silence (Rompiendo el silencio).
"Todo es una locura: la ocupación, la forma inhumana en que tratamos a los palestinos", me dice. "En Israel entras al ejército con 18 años porque quieres luchar contra el enemigo de tu país, porque quieres dejar tu marca en la historia, y haces lo que te dicen, sin pensar. Y allí todo te ayuda para que no pienses. Misiones que cumplir, órdenes que seguir".
"Y no ves a los palestinos como seres humanos, los ves como animales. Entras a su casa durante la noche, los despiertas, les gritas, las mujeres allí, los hombres allí, y rompes todo. Son cosas que no harías aquí en Israel, pero las haces allí. Y, para poder hacerlo, niegas la realidad. Es la única forma. Creas entre tú y la realidad un muro de silencio".
"Te pongo otro ejemplo: si encuentras en la noche un paquete sospechoso que puede ser una bomba, llamas al primer mohamed que encuentras en la calle y le dices que lo abra. Podrías llamar a un experto que lo desactivase, tardaría diez minutos en venir, pero mejor hacer que un palestino se juegue la vida, ya que para ti es lo mismo, no lo ves como un ser humano. Yo hacía eso con mis soldados en Hebrón".
"Y también en Nablus, cuando quería entrar a una casa, si pensaba que podía haber una bomba trampa, cogía al mohamed de turno y lo obligaba a que abriera la puerta. Es parte de la rutina del ejército: usar a los palestinos como escudos humanos".
"Lo mismo cuando estás en un check point, los obligas esperar mucho más de los necesario, a veces durante horas, y coges a un palestino al azar y le das una paliza, de cada quince o veinte que pasan, para que el resto tenga miedo y esté tranquilo. Sólo así, tú que estás con cuatro soldados más los dominas a ellos que son miles".
"Y cuando entras a Gaza con el carro de combate y ves un coche nuevo, aunque tengas espacio en la carretera, pasas por encima. Y también disparas a los tanques de agua. Para meterles miedo, para que te respeten, porque esa es la lógica de lo que nos enseñan a los soldados israelíes".
"Además, eres joven y empiezas a disfrutar de ese poder, de que la gente haga todo lo que les digas. Es como un video juego. Estás en un check point en medio de la ruta, tienes a veinte coches esperando, y con sólo mover el dedo hacen lo que tú quieras. Juegas con ellos. Los haces avanzar, retroceder. Los vuelves locos. Tienes 18 años y te sientes poderoso".
"Tres meses antes de abandonar el ejército, dirigía una unidad en Hebrón, había hecho una buena carrera, así que tenía tiempo libre. Una mañana me miré ante el espejo y comprendí que todo aquello era un error y supe que no podría seguir adelante con mi vida si no hacía algo. Por eso, apenas salí, junto a los soldados de mi unidad, montamos una exposición con nuestras fotos, se llamaba Traer Hebrón a Tel Aviv".
"Cayó como una bomba en la sociedad. Vinieron parlamentarios, periodistas. Pasaron siete mil personas. Entonces creamos Breaking the silence, donde damos espacio para que los soldados cuenten los abusos que cometen sistemáticamente. Más de 350 lo han hecho. Ahora tenemos exposiciones y vídeos en Europa, en Israel".
"Alguna gente dice que son casos aislados. Las madres dicen: mi hijo, que está ahora en el ejército es bueno, no hace estas cosas, esto sólo lo hacen los soldados beduinos o los etíopes. Pero no es cierto. Todos las hacemos, porque es la lógica de la ocupación israelí: aterrorizar a los palestinos".
"Los check points no sirven para detener a los palestinos de entrar a Israel, es para que la realidad no entre a Israel. Porque esta es una sociedad de soldados, todos pasamos por el ejército tres años cuando somos jóvenes y luego un mes al año. Y todos hacemos eso. Por eso existe el muro de silencio, de negación, porque todos somos responsables y no lo queremos admitir".
"Ellos son las víctimas, nosotros los victimarios. Pero como victimarios, también pagamos un precio. Esta es una sociedad que no se anima a mirar a los ojos a la verdad, a sus propios actos. Es una sociedad, como consecuencia, moralmente enferma".
MÁXIMA DIFUSIÓN POR FAVOR.....
Dialética das ondas....
Intrigas intrigantes e um caso de antropologia simétrica....
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Por que Flor de Miosotis?
Entrevista com Eric Hobsbawm, feito pela RST
Verena Glass
Nesta entrevista, concedida por e-mail de Paris, porém, Hobsbawm apresenta suas opiniões como contribuição ao debate. De certezas, apenas a de que, se a humanidade não mudar os rumos da sua convivência mútua e com o planeta, o futuro nos preserva maus agouros. Cético e ao mesmo tempo esperançoso, não acredita que uma nova ordem mundial surgirá das cinzas do pós-crise, mas acha que ainda existem forças capazes de propor novas formas de organização e cultura políticas e sociais, como o MST.
Revista Sem Terra - O planeta vive hoje uma crise que abalou as estruturas do capitalismo mundial, atinge indiscriminadamente atores em nada responsáveis pela sua eclosão, e que talvez seja um dos mais importantes “feitos” da moderna globalização. Na sua avaliação, quais foram os fatores e mecanismos que levaram a esta situação?
Eric Hobsbawm – Nos últimos quarenta anos, a globalização, viabilizada pela extraordinária revolução nos transportes e, sobretudo, nas comunicações, esteve combinada com a hegemonia de políticas de Estado neoliberais, favorecendo um mercado global irrestrito para o capital em busca de lucros. No setor financeiro, isto ocorreu de forma absoluta, o que explica porque a crise do desenvolvimento capitalista ocorreu ali. Apesar do fato de que o capitalismo sempre — e por natureza — opera por meio de uma sucessão de expansões geradoras de crises, isto criou uma crise maior e potencialmente ameaçadora para o sistema, comparável à Grande Depressão que se seguiu a 1929, mesmo que seja cedo para avaliarmos todo o seu impacto. Um problema maior tem sido que a tendência de declínio das margens de lucro, típico do capitalismo, tem sido particularmente dramática porque os operadores financeiros, acostumados a enormes ganhos com investimentos especulativos em épocas de crescimento econômico, têm buscado mantê-los a níveis insustentáveis, atirando-se em investimentos inseguros e de alto risco, a exemplo dos financiamentos imobiliários “subprime” nos EUA. Uma enorme dívida, pelo menos quarenta vezes maior do que a sua base econômica atual foi assim criada, e o destino disso era mesmo o colapso.
RST - Como resposta à crise econômica, governos e instituições financeiras estão concentrados em salvar os sistemas bancário e financeiro, opção que tem sidoconsiderada uma tentativa de cura do próprio vetor causador do mal. No que deve resultar este movimento?
EH – Um sistema de crédito operante é essencial para qualquer país desenvolvido, e a crise atual demonstra que isso não é possível se o sistema bancário deixa de funcionar.Nesse sentido, as medidas nacionais para restaurá-lo são necessárias. Mas o que é preciso também é uma reestruturação do Estado por exemplo, através das nacionalizações, a “desfinanceirização” do sistema e a restauração de uma relação realista entre ativos e passivos econômicos. Isso não pode ser feito simplesmente combinando vastos subsídios para os bancos com uma regulação futura mais restrita. De toda forma, a depressão econômica não pode ser resolvida apenas via restauração do crédito. São essenciais medidas concretas para gerar emprego e renda para a população, de quem depende, em última instância, a prosperidade da economia global.